Não será esta a verdadeira ameaça?

A Europa anda preocupada com os referendos e as vagas de imigrantes e a forma de lidar com a Rússia na questão do Kosovo, ou com as zangas do Mr.Brown com o Mr. Mugabe. Nada mais legítimo, tal a importância que qualquer uma destas questões tem, para o futuro da Europa e para a forma como nos relacionamos com o mundo.

A Europa que eu defendo, é aquela que é intransigente em matéria de direitos humanos, é solidaria e não fecha portas. É absolutamente essencial o diálogo e a via negocial, na resolução dos conflitos. Aqui nas portas da nossa Europa, a Turquia prepara-se para uma acção militar contra o PKK, num conflito regional, que já vitimou milhares de vidas ao longo dos últimos anos. Está só dependente do ok de quem? Dos Estados Unidos. Mais uma vez a Europa não tem qualquer voz, num conflito iminente bem na soleira das nossas portas.

Mas mais preocupante ainda, são os recentes acontecimentos no Paquistão, esse enorme país de 160 milhões de habitantes, que possuindo armas nucleares e estando perto do caos social e político, deveria concentrar todas as nossas energias!

O presidente Pervez Musharraf, um general que chegou ao poder fruto de um golpe militar e que pretende perpetuar-se na presidência doa a quem doer, que suspendeu a Constituição e o Supremo Tribunal, está sentado em cima de um enorme barril de nitroglicerina e a Europa tal como no caso da Venezuela, que aliás é parecido, mantém-se na expectativa.

Não é esta Europa amorfa que eu quero!

Aquele abraço infernal!