Tomem lá um furacão!

Quando eu era miúdo, a noite do Festival da Canção era passada em família e com muitos nervos à mistura. Fazíamos votações secretas, dávamos palpites e... nunca ninguém acertava. Por mera coincidência, a canção portuguesa aparecia invariavelmente em primeiro lugar das nossas votações e sabe-se lá porquê, esse resultado nunca era confirmado pelo júri da Eurovisão. Era a "Tourada", o "E Depois do Adeus" e tantas outras melodias, cujo significado estava muito para além do simples concurso de canções ligeiras.

O modelo do Festival foi-se alterando, o sistema de votação foi-se adaptando aos interesses das discográficas, aqui e ali foram sendo dados piscares de olhos de cariz político e com o nascimento de novos países na Europa como cogumelos, a magia de outrora foi-se perdendo.

Hoje, qualquer bom par de pernas e umas mamocas empinadas, ainda que a voz esteja ausente, é meio caminho para o sucesso.

Bastantes anos depois, assisti ontem à semi-final do Festival e confirmei a tendência festivaleira para a coelhização tipo Playboy! Pouca roupinha, cintos largos, pernões à mostra, decotes pelo umbigo e ... salve-se quem puder!

Mas como somos um país do contra, enviamos um furacão balofo só para contrariar. Uma mocinha madeirense, que alia as massas adiposas, a uma voz agradável numa melodia audível. Sábado é a final a que não tenho intenção de assistir, mas de uma coisa estou certo, Portugal anda sempre em contramão com a Europa e às vezes até resulta!

eheh!! Aquele abraço infernal!